Como usar a moringa de barro pela primeira vez?

Ao escolher uma moringa de barro como sua nova aliada para se manter hidratado com estilo e tradição, você não só adquire um recipiente para água, mas leva para casa uma peça carregada de história e cultura brasileira. 

Entender a forma ideal de utilizar a moringa de barro pela primeira vez é essencial para garantir não só a longevidade da peça, mas também para desfrutar plenamente de suas qualidades.

Preparação inicial da sua moringa de barro

Antes de mais nada, é importante preparar a sua moringa para o uso. Comece lavando sua moringa, utilizando uma esponja macia, água e um pouco de detergente neutro. Evite o uso de abrasivos ou escovas metálicas que possam danificar a superfície. Enxágue bem para remover qualquer resíduo de sabão.

Cuidados essenciais antes do primeiro uso

Após a lavagem, é recomendável curar a moringa para melhorar sua capacidade de manter a água fresca e também para garantir que não haja gosto de barro na água. Para isso, mergulhe a moringa em um recipiente com água, de maneira que ela fique totalmente submersa, e deixe repousar por cerca de 12 horas. Após esse processo, encha a moringa com água limpa e ela estará pronta para o uso no cotidiano.

Criando um ambiente rústico e tradicional

Agora que sua moringa de barro está preparada, é hora de integrá-la ao seu espaço. Seja na mesa de cabeceira, na bancada da cozinha ou no seu local de trabalho, ela não só serve como um reservatório de água fresca, mas também como um elemento de decoração que remete ao artesanato brasileiro tradicional. Lembre-se: sempre que servir-se da água, utilize o copo que acompanha a moringa, que também é de barro e conserva a mesma temperatura da água.

A moringa como expressão da arte brasileira

Ao optar por uma moringa de barro feita à mão, você está apoiando o artesanato brasileiro e ajudando a manter viva uma tradição milenar. Muito mais do que um utensílio, cada moringa é uma obra de arte única, que carrega a identidade e os traços da região onde foi produzida, além de ser ecologicamente correta e saudável.

Manutenção e cuidados contínuos

Para que sua moringa de barro com copo permaneça sempre bonita e funcional, vale preencher a cada três dias, evitando deixar a água por tempo prolongado para que não haja acúmulo de limo ou algas. Limpe-a regularmente da mesma forma que foi feito na preparação inicial, e quando não estiver em uso, guarde-a em local fresco e arejado.

Conecte-se com a tradição do artesanato brasileiro

Enriqueça sua casa com uma peça que é parte viva da cultura brasileira. Usar uma moringa de barro pela primeira vez é um ato repleto de significado, um convite para se hidratar com elegância e tradição. E se você se encantou com a beleza e a funcionalidade deste item, convido-o a descobrir mais sobre o universo do artesanato nacional em nossa loja.

Visite a Loja Paiol

A Loja Paiol é referência em artesanato brasileiro, unindo mestres consagrados, novos artistas e povos indígenas em um só lugar. Desde 2007, somos reconhecidos como referência de artesanato representativo do Brasil. 

Venha conhecer nossa seleção cuidadosamente curada de moringas e outros produtos artesanais que irão agregar valor e autenticidade a qualquer ambiente. Visite nosso site para apreciar e adquirir peças que são verdadeiras expressões da cultural brasileira.

Como integrar objetos indígenas na decoração moderna?

A harmonia entre o modernismo e a cultura ancestral pode ser mais do que uma tendência dentro de casa. A incorporação de acessórios indígenas em ambientes contemporâneos é uma celebração da rica tapeçaria da nossa herança cultural e uma demonstração de apreço e respeito pela arte indígena. Vamos explorar como você pode realçar o visual do seu lar com essas preciosidades de enorme valor cultural e estético.

Compreendendo o valor cultural

Antes de mais nada, é primordial que entendamos o significado por trás dos objetos que escolhemos para decorar nossos espaços. O artesanato indígena não é só uma questão de estética, mas carrega consigo histórias, crenças e a sabedoria de povos nativos. É uma maneira de preservar e valorizar culturas que formam a base da identidade brasileira.

A arte de misturar tradição e modernidade

Ao integrar objetos de origem indígena na decoração, buscamos criar um ponto de diálogo entre as linhas limpas do design moderno e a organicidade das peças artesanais. Pequenos detalhes podem fazer a diferença, como a inclusão de um totem indígena em um canto estratégico da sala, criando um elo visual que chama atenção sem sobrecarregar o ambiente.

Texturas e materiais naturais

Aproveitando os materiais naturais como madeira, fibras e barro, que são comumente utilizados no artesanato nativo, adicionamos uma camada de autenticidade e conforto. Esses elementos trazem o calor da terra para dentro de nossos espaços, criando uma sensação acolhedora e única.

Cor e simbologia

Peças indígenas em cores vibrantes também podem oferecer um contraste aprazível quando colocadas contra o minimalismo monocromático presente em muitos designs modernos. Cada cor e símbolo nas artes indígenas tem um propósito e uma história; por isso, é essencial escolher com atenção e consciência.

Equilíbrio visual com respeito às origens

Respeitar a origem de cada obra de arte é fundamental. Assim, ao posicionar um objeto ou um totem indígena na sua casa, não é só uma questão de estética, mas também de empatia pela cultura que o criou. Valorize o artesão e seu trabalho dando-lhe o destaque merecido, mas sempre integrado de forma harmoniosa com o seu entorno.

Uma história em cada peça

Cada vez que optamos por incorporar um acessório indígena no nosso lar, estamos trazendo para dentro de casa não só um objeto decorativo, mas uma história, uma tradição e, o mais importante, uma parte viva da cultura de um povo. Essa é uma forma poderosa de criar diálogos e pontes entre diferentes tempos e estilos.

Único e autêntico

A autenticidade é o verdadeiro luxo dos nossos dias. Ao escolher peças de artesanato indígena, estamos nos conectando com essa busca pelo genuíno. Um objeto feito manualmente por um artesão indígena é uma peça única que traz consigo anos de tradição e habilidade que não podem ser replicados.

Se você está procurando uma maneira de revitalizar o seu espaço com arte que tenha significado e beleza atemporais, convido você a visitar o site da Loja Paiol

Estamos desde 2007 como referência de artesanato representativo. Conheça um mundo de possibilidades para enriquecer a sua decoração de forma respeitosa e refinada. Visite e se encante com as opções que oferecemos para você!

Como a xilogravura conta histórias do Nordeste: de J. Borges aos temas atuais

Em meio ao sertão vibrante e suas histórias multicoloridas, surge um elemento que encapsula a essência, a saga e a poesia do Nordeste: a xilogravura. Esta forma tradicional de arte permite um mergulho autêntico na cultura de uma região robusta e repleta de simbolismos. 

O enigma da xilogravura nordestina

A xilogravura nordestina é mais do que um mero processo de entalhar madeira; é uma linguagem visual que evoca o imaginário popular. Notável por sua capacidade de comunicar com simplicidade e profundidade, ela carrega em suas linhas um pouco da alma nordestina. Esse método secular hoje é reconhecido como uma das mais autênticas expressões da arte brasileira.

Xilogravuras J. Borges: narrativas em madeira

Ao falar de xilogravuras J. Borges, falamos de um nome que se tornou sinônimo da arte em questão. J. Borges é um mestre que com suas mãos habilidosas transcende a prática de gravar na madeira e escreve visualmente sobre a vida, os costumes e as lendas do Nordeste. Suas obras são verdadeiras crônicas, eternizando o folclore e o dia a dia de seu povo.

A técnica por trás do traço

Não é apenas a força do conteúdo que faz da xilogravura uma expressão tão marcante, mas também o domínio técnico evidente em cada peça. As gravações em relevo na madeira, posteriormente entintadas e prensadas sobre o papel, são a culminação de um processo meticuloso. Cada linha tem seu lugar e função na narrativa, e o resultado final não é nada menos que um espelho da riqueza cultural da região.

O sabor das histórias entalhadas

Um dos aspectos mais fascinantes da xilogravura é sua capacidade de contar histórias sem que uma única palavra seja escrita. Os cenários por ela representados transbordam com cenas do cotidiano, festas populares, figuras mitológicas e desafios enfrentados pelo homem nordestino. Essas gravuras falam — e seu idioma é universal, acessível a todos que se deixam levar por suas formas e sombras.

Interconexão cultural

As xilogravuras nordestinas, e em especial as de J. Borges, não são apenas uma janela para os costumes e tradições do Nordeste, mas também um elo de ligação entre pessoas de distintas origens. O poder evocativo desses trabalhos artísticos convida a uma reflexão sobre a diversidade e riqueza do patrimônio cultural brasileiro, além de inspirar novos artistas a continuar essa tradição.

Onde admirar e adquirir xilogravuras autênticas

Se após este passeio visual pelas histórias entalhadas do Nordeste você se sentiu inspirado a trazer um pouco dessa arte para sua vida, tenho uma sugestão. O Paiol é um espaço onde o artesanato brasileiro é celebrado e valorizado. Lá, você descobrirá uma cuidadosa seleção de peças oriundas de mestres consagrados, talentosos novos artistas e povos indígenas — todos unindo suas vozes em uma esplêndida narrativa artística.

O convite está feito: visite o site da Loja Paiol e envolva-se com a arte que tem muito a dizer. Desde 2007, o Paiol se estabelece como referência em artesanato representativo, mostrando ao mundo o que o Brasil tem de único e extraordinário. Testemunhe, por meio da xilogravura nordestina e de outras manifestações artesanais, as inúmeras histórias que este país tem para contar.

A história de São Francisco de Assis e sua influência no artesanato brasileiro

A vida de um dos mais populares santos católicos é relembrada todos os anos em 4 de outubro, data de sua morte, em 1224

Por Redação Casa e Jardim em: A história de São Francisco de Assis e sua influência no artesanato brasileiro | Artesanato | Casa e Jardim (globo.com)

07/10/2024 06h35  Atualizado há um dia

Leonildo, artesão pernambucano, representa um santo festivo, ao passo que a peça de Elizabeth Marques, do MS, segura uma pequena onça, ressaltando o título de padroeiro dos animais — Foto: Penellope Bianchi / Divulgação

No Brasil, país com o maior número de católicos do mundo, São Francisco de Assis é um dos santos mais representados na arte popular. Defensor dos mais vulneráveis e padroeiro dos animais, ele se tornou uma das principais figuras da história da Igreja Católica por abdicar da riqueza para dedicar a vida aos pobres. Sua existência é celebrada todos os anos em 4 de outubro, data de sua morte, em 1224.

“Embora ele seja um santo católico, por aqui foi se transformando em uma figura que transcende a religião, passando a provocar apreço e identificação por conta das representações que dialogam com a brasilidade”, comenta o curador Lucas Lassen, responsável pela Paiol, marca que atua com artesanato e arte popular brasileira e conta com mais de 20 modelos diferentes do santo.

As representações do santo no artesanato mesclam características tradicionais com elementos regionais da cultura popular brasileira. “Mesmo mantendo a típica túnica marrom, com uma corda amarrada à cintura e sandálias simples de couro, alguns artesãos e artistas, a partir de uma mesma referência, imprimem características que remetem ao bom-humor e à afetividade do brasileiro”, diz.

A artesã Alice, de São Paulo, usa técnica com palha, enquanto a mineira Neia traz o santo em um altar adornado com flores — Foto: Penellope Bianchi / Divulgação

São Francisco ganha adaptações a partir de técnicas e materiais distintos em diferentes regiões do país. O santo da artista Elizabeth Marques, do Mato Grosso do Sul, por exemplo, segura uma onça-pintada, animal típico do estado, em referência ao título de padroeiro dos animais.

Já o São Francisco do artesão pernambucano Leonildo carrega uma sanfona com as cores da bandeira do estado. No universo da ceramista alagoana Sil da Capela, ele está sentado debaixo de uma jaqueira, uma das marcas do trabalho da artista.

A história

Nascido entre 1181 e 1182 em Assis, na Itália, Giovanni di Pietro di Bernardoniera vem de uma família rica e influente na região. Filho de pai italiano e mãe francesa, acabou ganhando o apelido de Francesco (o francês), por conta das constantes viagens de negócios do pai a França dedicadas ao comércio de tecidos.

A vida abastada e distante dos problemas da época o fez crescer como um jovem conhecido por esbanjar dinheiro e ser cercado de luxos, ambição e a busca por poder e reconhecimento. Sem muito apreço pelos negócios da família e sem a intenção de seguir os passos do pai, por volta dos 20 anos, decidiu se tornar soldado para lutar em uma guerra interna de Assis contra a região da Perúgia.

Em busca de fama e grande glórias, acabou sendo capturado e preso por cerca de 1 ano, no qual definhou, passou fome, contraiu doenças e começou a refletir sobre a vida que tinha levado até então. Ao retornar a sua casa, tentou voltar à vida regada a festas e luxos, mas seu encantamento foi diminuindo ao poucos.

A arte popular brasileira tem diversas representações diferentes de São Francisco de Assis — Foto: Penellope Bianchi / Divulgação

Segundo diversos biógrafos, foi neste momento que ele começa a ter rompantes de caridade, doando dinheiro, roupas e até tecidos da empresa de seu pai aos pobres da região. Em uma de suas passagens mais conhecidas, ao encontrar um rapaz com lepra, embora sempre tenha tido uma aversão aos doentes, foi tomado por compaixão e acabou o beijando, o que mais tarde também o fez passar a fazer visitas regulares a hospitais e enfermos.

Segundo historiadores, o chamado para a servidão a Deus se deu por volta dos 25 anos, no momento em que ele rezava na Igreja de São Damião, em Assis, quando teria ouvido o crucifixo falar com ele, repetindo três vezes a frase: “Francisco, repara minha casa, pois olhas que está em ruínas”.

Essa experiência o fez vender tudo o que tinha e levar o dinheiro para o padre de São Damião, pedindo ainda permissão para viver com ele. Seu pai foi buscá-lo contrariado e disse que, se ele pretendia seguir com a decisão, deveria abdicar de sua herança. Francisco renunciou, então, à vida abastada e passou a se dedicar exclusivamente à religião, pedindo esmolas para obras de caridade.

O São Francisco de barro da ceramista alagoana Sil da Capela está sentado debaixo de uma jaqueira — Foto: Paiol / Divulgação

Após conseguir a atenção de boa parte da cidade para seus atos de renúncia de bens em prol da caridade, ele decidiu escrever um manuscrito sobre a nova ordem, que viria a se tornar a Ordem Franciscana, com pilares baseados no amor, na humildade, na castidade e na obediência aos ensinamentos religiosos.

Ao longo dos anos de peregrinação, passou a olhar também para a natureza e os animais como parte da obra divina, fazendo-o ficar conhecido por defender, inclusive, a presença de bichos nos cultos religiosos. Hoje, este é um dos motivos por ser consagrado como padroeiro dos animais.

O reconhecimento como santo foi feito pelo papa Gregório IX, em 1126, dois anos após a sua morte, trazendo ainda mais força para o seu legado, que se estendeu ao longo dos anos e fez, inclusive, o atual Papa Francisco escolher o seu nome em homenagem a São Francisco de Assis.

De menino rico a defensor dos pobres: conheça a história de São Francisco de Assis, que se tornou um dos santos mais representados pela cultura popular

De menino rico a defensor dos pobres: conheça a história de São Francisco de Assis, que se tornou um dos santos mais representados pela cultura popular

Celebrado no dia 4 de outubro e reconhecido por sua túnica marrom, sua imagem ganha interpretações que só seriam possíveis no Brasil 

Leonildo, artesão pernambucano, representa um santo festivo, cercado por andorinhas e de sanfona na mão. Já o santo de Elizabeth Marques, do MS, segura uma pequena onça pintada ressaltando seu título de padroeiro dos animais – Fotos Penellope Bianchi

Conhecido como defensor das pessoas em situação de pobreza e padroeiro dos animais, a devoção e dedicação de São Francisco de Assis aos vulneráveis nem sempre foi uma de suas características. Celebrado no dia 4 de outubro, por conta de sua morte em 1224, ele se tornou uma das figuras mais populares e emblemáticas da história da Igreja Católica por conta de seu histórico incomum de abdicação da riqueza para dedicar sua vida aos pobres. 

No Brasil, país com o maior número de católicos do mundo, o flerte entre arte e religiosidade resulta em representações do santo que mesclam suas características tradicionais com elementos regionais da nossa cultura popular.  “Embora ele seja um santo católico, por aqui foi se transformando numa figura que transcende a religião, passando a provocar apreço e identificação por conta das representações que dialogam com a brasilidade. Mesmo mantendo sua típica túnica marrom, com uma corda amarrada à cintura e sandálias simples de couro, alguns artesãos e artistas, a partir de uma mesma referência, imprimem características que remetem ao bom humor e à afetividade do brasileiro”, afirma o curador Lucas Lassen, responsável pela Paiol, marca que atua com artesanato e arte popular brasileira e conta com mais de 20 modelos diferentes do santo. 

Ainda de acordo com Lassen, São Francisco é representado por diversos artistas de diferentes regiões do país e ganha adaptações a partir de técnicas e materiais distintos. “O São Francisco pantaneiro de Elizabeth Marques, do Mato Grosso do Sul, por exemplo, ganha uma das mais importantes características do estado, segurando uma onça pintada, em referência ao título de padroeiro dos animais. Já o São Francisco do pernambucano Leonildo, segura uma sanfona com as cores da bandeira do Pernambuco. No universo da ceramista alagoana Sil da Capela, ele está sentado debaixo de uma jaqueira, uma das marcas do trabalho da artista. O santo feito pela associação que homenageia o cearense Mestre Noza, é entalhado em madeira e já aparece um pouco mais tradicional”, revela Lassen, que ainda ressalta obras das Figureiras de Taubaté, no interior de São Paulo, com um arco florido que aparece em boa parte de suas produções, além da ceramista Néia, de Minas Gerais, entre outros.

A Alice, de São Paulo, usa sua técnica com palha. já a mineira Neia traz o santo em um altar adornado com flores – Fotos Penellope Bianchi

A história

Nascido entre 1181 e 1182 em Assis, na Itália, Giovanni di Pietro di Bernardoniera – seu nome de batismo – vem de uma rica e influente família da região.  Filho de pai italiano e mãe francesa, acabou ganhando o apelido de Francesco (o francês), por conta das constantes viagens de negócios do pai à França dedicadas ao comércio de tecidos. A vida abastada e distante dos problemas da época o fez crescer como um jovem conhecido por esbanjar dinheiro em uma vida cercada de luxos, ambição e a busca por poder e reconhecimento. 

Sem muito apreço pelos negócios da família e sem a intenção de seguir os passos do pai, por volta dos 20 anos de idade ele decidiu se tornar soldado para lutar em uma guerra interna de Assis contra a região da Peruggia. Em busca de fama e grande glórias, ele acabou sendo capturado e preso por cerca de um ano, no qual definhou, passou fome, contraiu doenças e passou a refletir sobre a vida que tinha levado até então. Ao retornar à sua casa, ele até tentou retomar a vida regada a festas e luxos, mas seu encantamento foi diminuindo em pouco tempo. De acordo com diversos biógrafos, é neste momento que ele começa a ter rompantes de caridade, doando dinheiro, roupas e até tecidos da empresa de seu pai aos pobres da região. Em uma de suas passagens mais conhecidas, ao encontrar um rapaz com lepra, embora sempre tenha tido uma aversão aos doentes, acabou tomado por compaixão e acabou beijando-o, o que mais tarde também o fez passar a fazer visitas regulares a hospitais e enfermos. 

O chamado, a Ordem Franciscana e a relação com os animais

Foto – Penellope Bianchi

Segundo historiadores, o chamado para a servidão à Deus se deu por volta dos 25 anos, no momento em que ele rezava na Igreja de São Damião, em Assis. Ele contava que tinha ouvido o crucifixo falar com ele, repetindo três vezes a frase:  “Francisco, repara minha casa, pois olhas que está em ruínas”. A ação o fez vender tudo o que tinha e levar o dinheiro para o padre de São Damião, pedindo ainda permissão para viver com o padre. Sabendo de tudo, seu pai foi buscá-lo contrariado, e lhe disse que se ele pretendia seguir com a decisão, deveria abdicar de sua herança. E assim ele o fez, renunciando à vida abastada e passando a se dedicar exclusivamente à vida religiosa, pedindo esmolas para obras de caridade. 

Depois de conseguir a atenção de boa parte da cidade para seus atos de renúncia de bens em prol da caridade, Francisco decidiu escrever um manuscrito sobre a nova ordem, que viria a se tornar a Ordem Franciscana, com pilares baseados no amor, na humildade, na castidade e na obediência aos ensinamentos religiosos. Ao longo dos anos de peregrinação, ele passou a olhar também para a natureza e os animais como parte da obra divina, o que o fez ficar conhecido por defender, inclusive, a presença de animais nos cultos religiosos. Hoje, este é um dos motivos por ele ser tido como o padroeiro dos animais. O reconhecimento como santo foi feito pelo papa Gregório IX  em 1126, dois anos após a sua morte, trazendo ainda mais força para seu legado, que tem se estendido ao longo dos anos e seguido inclusive pelo atual Papa Francisco, que escolheu seu nome por conta do santo.

No universo da alagoana Sil da Capela, o São Francisco (à esquerda) aparece sentado aos pés de uma Jaqueira. O santo feito pela Associação dos Artesãos de Mestre Noza é feito em madeira e tem imagem mais tradicional – Foto: Paiol(esquerda) e Penellope Bianchi (direita)
Angelo Miguel | Bacuri Comunicação
1198437-9422
angelo@bacuricomunica.com
www.bacuricomunica.com

Por que as cerâmicas do Vale do Jequitinhonha são únicas?

Ao adentrarmos no universo do artesanato brasileiro, somos imediatamente envolvidos pela rica tapeçaria cultural que é tecida por mãos habilidosas de artesãos nacionais. E quando falamos sobre a cerâmica Vale do Jequitinhonha, estamos nos referindo a mais do que simples objetos decorativos ou utilitários: falamos de uma herança cultural cheia de vida, história e significado. Com uma tradição que atravessa gerações, a cerâmica dessa região mineira carrega em seu barro as marcas de um povo que esculpe suas memórias e sonhos.

Um mergulho na cultura e na história

O Vale do Jequitinhonha é uma área conhecida por sua vocação para a arte em cerâmica há séculos. O trabalho manual dos artesãos locais – sobretudo as mulheres, conhecidas como “noivas do barro” – é responsável pela produção de peças que são verdadeiras expressões de identidade e resistência cultural. 

Ao moldar uma jarra de cerâmica, o artesão não só dá forma a um recipiente para água ou flores, mas também consegue comunicar através da argila a vitalidade e a resiliência do seu povo.

O diferencial da cerâmica cascavel

Uma curiosidade interessante sobre a cerâmica produzida nesta região é a técnica conhecida como “cerâmica cascavel”, assim denominada devido ao som que as peças fazem, assemelhando-se ao chocalho da serpente. 

Esse som é resultado de pequenas pedras colocadas no interior das peças antes da queima no forno. Tal característica evidencia o quanto o artesanato local é permeado por um simbolismo rico e um toque de magia, que separa estas peças de qualquer outra cerâmica feita em outras partes do mundo.

Tradição que se adapta e evolui

A tradição da cerâmica Vale do Jequitinhonha conta com a força de um conhecimento que é passado de geração para geração, mas não fica estagnada no tempo. Há uma constante evolução tanto nas técnicas quanto nos designs, o que torna cada peça ainda mais especial. 

Os artesãos locais têm o desafio constante de se inspirarem em suas raízes culturais ao mesmo tempo que buscam inovações. Isso garante que o acervo de artesanato do Vale do Jequitinhonha seja sempre atual e relevante.

A arte que representa o Brasil

O Brasil é um país de enorme diversidade cultural, e o artesanato é uma das suas expressões mais autênticas. Uma jarra de cerâmica do Vale do Jequitinhonha, por exemplo, não é apenas uma peça de artesanato, é um ícone do Brasil rural, sincero e genuíno. Quando escolhemos apreciar e adquirir estas peças, apoiamos não apenas o artesão individual, mas também contribuímos para a preservação e continuidade de uma cultura viva, que tem muito a contar sobre a nossa nação.

Visite a Loja Paiol

Compreender a singularidade do artesanato do Vale do Jequitinhonha nos permite apreciar ainda mais a beleza e o valor das peças. Se você é um apreciador de objetos artesanais brasileiros e deseja ter em sua casa uma representação tangível da nossa rica tradição cultural, convidamos você a visitar o site da Loja Paiol

A Paiol é referência em artesanato brasileiro, unindo mestres consagrados, novos artistas e povos indígenas. Estamos desde 2007 como referência de artesanato representativo. Encontre peças que comunicam histórias e perpetuam o talento de um Brasil autêntico.

Descubra como cada vaso, escultura ou jarra de cerâmica portam a essência do nosso país e enriqueça seu ambiente com arte que tem alma. Não deixe de aproveitar essa oportunidade de conectar-se com a ancestralidade e a contemporaneidade do artesanato Vale do Jequitinhonha. 

Qual a importância da moringa de barro na cultura brasileira?

Quando falamos em objetos que simbolizam o artesanato brasileiro, a moringa de barro certamente ocupa um lugar de destaque. Este elemento não é apenas um objeto decorativo, ele carrega consigo um legado cultural riquíssimo, sendo uma verdadeira cápsula do tempo que nos transporta a um Brasil de modos rústicos e naturais. Mas o que torna a moringa de barro tão especial assim? Vamos mergulhar nessa tradição e descobrir!

O resgate histórico da moringa

Com uma estética que remete ao Brasil colonial, a moringa de barro com copo não é apenas um recipiente para armazenar água fresca. Ela é um pedaço da nossa memória, um resgate de um tempo onde a simplicidade ditava a funcionalidade. Usada em larga escala, a moringa era a solução encontrada por nossos antepassados para manter a água em temperatura agradável.

O barro como fonte de vida e arte

A moringa de barro é um exemplo primoroso da habilidade dos artesãos brasileiros em transformar uma matéria-prima simples em algo que agrega valor, beleza e utilidade. A argila, moldada e queimada, cria não só uma solução ecológica para armazenamento de líquidos, mas também uma peça de arte que fala muito sobre as mãos que a criaram e a cultura que ela representa.

Funcionalidade além da beleza

Para além de sua identidade cultural, a moringa com copo possui uma funcionalidade admirável. O barro, material poroso, permite que a água mantenha-se fresca, pois sua capacidade de “respirar” induz a evaporação que resfria o líquido no interior. Esse fenômeno, conhecido como resfriamento evaporativo, mostra que a moringa de barro não é apenas encantadora – ela é cientificamente eficiente.

A moringa e as raízes culturais

Não é raro encontrar moringa de barro adornando as casas pelo Brasil, especialmente aquelas que valorizam o retorno às raízes e a decoração com sabor de história. A moringa não é uma peça isolada; ela dialoga com um ambiente que respira brasilidade, remetendo às épocas onde a terra e o fogo eram os principais aliados dos criadores.

Moringa de barro: um ícone sustentável

Em tempos em que a sustentabilidade é cada vez mais essencial, a moringa de barro surge como uma alternativa ecológica poderosa. Optar por uma moringa, em vez de garrafas plásticas, é adotar um conceito ecológico tradicional, além de contribuir para um futuro mais verde e saudável.

Artesanato brasileiro na vida cotidiana

Incorporar a moringa ao seu dia a dia é um lembrete vivo da importância de preservar e valorizar nossas origens e tradições. Cada peça carrega consigo um portal para entender melhor uma cultura, seu povo e seu modo de vida. Ao trazer esse elemento para sua rotina, você está fazendo mais do que uma escolha decorativa; está afirmando uma identidade.

E, você, apreciador das belezas e histórias por trás do artesanato brasileiro, não poderia deixar de conhecer a Loja Paiol. A Paiol é referência em artesanato brasileiro, unindo mestres consagrados, novos artistas e povos indígenas. Com carinho e dedicação, mantemos desde 2007 um catálogo de artesanato que não só representa, mas também celebra a diversidade e riqueza de nosso país. Visite nosso site e encontre a moringa que mais fala ao seu coração e à sua história!

Mestre J. Borges recebe homenagem em exposição que exalta o movimento armorial

Principal nome da xilogravura brasileira, artista faleceu em julho de 2024

Por: ANGELO MIGUEL | BACURI COMUNICAÇÃO em Mestre J. Borges recebe homenagem em exposição que exalta o movimento armorial – Gazeta da Semana

Museu do Pontal / Divulgação

No dia 5 de setembro, o Shopping Lar Center, primeiro shopping temático de arquitetura e decoração de São Paulo, leva à região norte da cidade a exposição “Ecos Armoriais”, que integrou a edição deste ano da CASACOR, maior evento de arquitetura de interiores das Américas. Celebrando a ancestralidade da cultura popular do sertão, a mostra destaca obras de 25 artistas e designers brasileiros que, de alguma forma, se inspiram em referências do movimento e do cotidiano sertanejo. A entrada para a exposição é livre e gratuita.

Dentre as ações, está prevista uma homenagem ao Mestre J. Borges, falecido em 26 de julho de 2024. Reconhecido por ser o expoente da xilogravura brasileira, ele é tido como um dos responsáveis por levar a estética do sertão para todo o mundo. “O Mestre J Borges foi um dos artistas mais importantes do Brasil e deixou um legado imensurável para a cultura brasileira. Ao lado de outros personagens incríveis como Ariano Suassuna e Gilvan Samico, passou a retratar o cotidiano nordestino com orgulho, considerando as belezas, as mazelas, a explosão de cores, a sonoridade, a poesia e as características locais do sertão.  Por todo seu legado, esta homenagem é mais do que merecida”, afirma Lucas Lassen, curador e diretor criativo da Paiol, que fez a curadoria dessa homenagem.

O público vai poder conhecer um pouco dos temas mais recorrentes em suas obras, como A Passarada, A Professora, Coração na Mão, O Monstro do Sertão, entre outros. “O intuito é dar ao público uma ideia do vasto universo criativo do artista. Ele sempre retratava a beleza da natureza, as profissões, o cotidiano do povo, as histórias contadas nos cordéis e o seu universo mágico. Será também uma grande oportunidade para o público, pois as obras expostas estarão à venda e através do QrCode poderão ser adquiridas e entregues ao final da homenagem”, complementa Lassen.

Com trabalhos de Mestre Joaquim de Tracunhaém,  Leonildo da Silva, Alcione Freitas e outros artistas influenciados pela estética armorial, um dos destaques fica para Bacaro Borges, filho caçula do artista, que criou uma xilogravura exclusiva e numerada retratando o encontro no céu de J. Borges com o escritor, dramaturgo e idealizador do movimento, Ariano Suassuna. 

Bacaro Borges, filho do artista, fez uma obra inspirada no encontro de J. Borges com Suassuna – Foto Penellope Bianchi

Sucesso na CASACOR, exposição poderá ser visitada gratuitamente

Com curadoria de Pedro Ariel Santana e Rodrigo Ambrósio, a “Ecos Armoriais” reúne uma seleção de obras que refletem a pluralidade cultural do Nordeste, oferecendo aos visitantes um mergulho em um universo vibrante de cores, formas e narrativas. “Nesta mostra, buscamos oferecer um recorte atual da região, apresentando 25 artistas vivos e em atividade que trazem diferentes técnicas e manifestações visuais em suas artes. Desde peças de design e pintura em parede até xilogravuras e poemas. Quando fizemos a curadoria da exposição, nossa premissa era refletir a riqueza da tradição armorial com uma visão contemporânea do sertão nordestino”, afirma Pedro.

Fotos: Denilson Machado

A iniciativa está diretamente ligada ao novo momento do Shopping de se unir a parceiros do mundo da arte, gastronomia, arquitetura e design, e proporcionar experiências memoráveis aos seus visitantes. Guilherme Marini, diretor executivo do Shopping Center Norte e Lar Center, comenta: “Estamos muito entusiasmados com a abertura da exposição ‘Ecos Armoriais’ no nosso Hub de Artes. Esta exposição é um marco importante em nosso compromisso com a descentralização da arte e a oferta de experiências culturais completas. Com entrada gratuita, esperamos que todos tenham a oportunidade de se conectar com a rica herança cultural do Nordeste brasileiro.”

O Movimento

Surgido no Recife em 1970, o movimento armorial desempenhou um papel fundamental na solidificação da imagem do Nordeste na cultura nacional. Sob a liderança de Ariano Suassuna, o movimento uniu artistas e intelectuais de diversas disciplinas em torno da ideia de uma arte erudita enraizada nas tradições brasileiras, tendo o folheto da literatura de cordel como elemento central.  A mostra fica em cartaz até o dia 29 de setembro com entrada gratuita.

Serviço

Exposição Ecos Armoriais

Abertura: 5 de setembro, quinta-feira, às 17h

Visitação: 5 a 29 de setembro, das 10h às 22h | Entrada gratuita

Informações: https://www.larcenter.com.br/

Mestra Noemisa Batista tem legado perpetuado pelos sobrinhos

A artesã, uma das principais referências do Vale do Jequitinhonha, tem suas técnicas e criações celebradas pelos sobrinhos Adriano e José Nilo

Por Redação Casa e Jardim

04/09/2024 06h48  Atualizado há 2 dias

Noemisa começou a mexer com o barro ainda criança, fazendo pequenos brinquedos — Foto: UFMG / Divulgação

Noemisa Batista do Santos foi a responsável por uma das trajetórias mais eloquentes da arte popular brasileira. Falecida em abril de 2024, aos 77 anos, a artesã é reconhecida por sua originalidade e pela capacidade de contar histórias a partir do barro.

Considerada pioneira em algumas das temáticas da região, tornou-se uma das principais referências do Vale do Jequitinhonha, região em Minas Gerais – berço da cerâmica artística e utilitária brasileira. Natural da cidade mineira de Caraí, Noemisa vivia e produzia as suas peças na região do Córrego de Ribeirão da Capivara.

Mestra Noemisa Batista é um dos principais nomes da cerâmica brasileira — Foto: Oscar Liberal / Divulgação

“O trabalho dela é de uma expressividade tão forte sobre Caraí, sendo possível afirmar que não existiria a arte do município como a conhecemos hoje se não fosse pela Noemisa. Usando o barro, ela se tornou uma espécie de cronista, retratando o trivial e transformando a simplicidade do cotidiano em obras de arte”, revela o curador de arte popular Lucas Lassen, diretor da Paiol, marca que atua com artesanato popular brasileiro.

Noemisa começou a modelar o barro ainda criança, quando acompanhava a mãe ceramista na confecção de peças que serviam para complementar a renda da família. Ela fazia pequenos brinquedos e o seu trabalho diferenciado começou a se destacar entre os artesãos locais.

“Sem uma preocupação muito grande com a função do objeto, ela passou a retratar o cotidiano do vale, trazendo animais, pessoas e cenas específicas ligadas às celebrações populares, como casamentos e batizados, além de peças com contexto religiosos, como igrejas e presépios. Como tinha a ludicidade muito aflorada, também representava contos antigos”, conta Lucas.

A delicada obra de Noemisa Batista retrata o cotidiano do Vale do Jequitinhonha — Foto: Acervo Paiol / Divulgação

A delicadeza da obra de Noemisa a levou a inúmeras mostras pelo Brasil e todo o mundo. Em 1987, suas esculturas integraram a exposição Brésil, Arts Populaires, no Grand Palais, em Paris. Já em 2000, algumas peças fizeram parte da Mostra do Redescobrimento, da Fundação Bienal de São Paulo.

Além disso, a sua arte está no acervo permanente do Museu de Folclore Edison Carneiro (RJ), no Museu da Casa do Pontal – Coleção de Jacques van de Beuque (RJ) e no Museu de Arte Popular Brasileira do Centro Cultural de São Francisco, em João Pessoa (PB).

Como ela nunca se casou nem teve filhos, coube a seus dois sobrinhos levar o seu legado adiante. Hoje com 46 anos, José Nilo Francisco do Santos, filho do irmão de Noemisa, começou no mundo das artes aos 10 anos.

Os sobrinhos José Nilo e Adriano ficaram responsáveis por perpetuar o legado de Noemisa — Foto: Lucas Lassen / Divulgação

“Na nossa família, a cerâmica chegou muito antes da tia Noemisa, mas foi com ela que fui aprendendo a partir da observação. Depois, comecei a arriscar fazendo uma coisinha aqui e outra ali, até que ela foi nos ensinando as técnicas”, revela José, que também é lavrador.

Adriano Rosa do Santos, de 44 anos, também tem seguido os passos da tia na cerâmica, profissão que divide com a de lavrador, como o primo. Como uma homenagem à trajetória de Noemisa, os dois sobrinhos tiveram algumas de suas peças apresentadas pela Paiol no 18º Salão de Artesanato em São Paulo, que aconteceu no final de agosto.

As peças de barro de José Nilo e Adriano celebram as criações e técnicas da tia falecida — Foto: Acervo Paiol / Divulgação

Qual o significado das peças de artesanato indígena? Cultura e história nas suas mãos

Quando abordamos o tema do artesanato indígena, estamos nos deliciando em um mar de símbolos e significados que transcendem simples adornos ou objetos de decoração. 

Cada peça carrega em si a essência de um povo, suas crenças, sua conexão com a natureza e sua narrativa histórica ancestral.

A arte dos acessórios indígenas

Os acessórios indígenas são, talvez, a mais visível expressão dessa rica cultura. Cada colar, cada pulseira indígena, cada brinco, criados a partir de materiais retirados do seio da terra, falam sobre a identidade de quem os usa. 

O uso de sementes, madeiras, pedras e fibras não é aleatório; para os povos originários, estes são elementos cheios de vida e poder.

Uma simples pulseira indígena, por exemplo, pode revelar a tribo do artesão, os mitos do seu povo, ou mesmo servir como proteção espiritual ao portador. Em uma era de consciência globalizada, escolher um acessório indígena vai além do estético – é uma forma de respeitar e propagar a importância da diversidade cultural.

O mistério dos totens

Em se tratando de artesanato representativo, poucas peças são tão icônicas quanto o totem indígena. Além de objeto decorativo, o totem é carregado de simbolismo. 

Retratando animais, elementos da natureza ou antepassados, o totem é um registro sagrado das histórias e dos ensinamentos do povo que o esculpiu. Ele é um eixo que une o céu à terra, o espiritual ao material, o passado ao presente.

Em cada figura, cada curva e cada cor do totem indígena, há um capítulo da sabedoria milenar desses povos. É o artesanato narrando uma história que resiste ao tempo, presenteando-nos com conhecimentos que são verdadeiras heranças da humanidade.

Conexão cultural através do artesanato

O fascínio pelo artesanato indígena colocou no mapa criativos que se dedicam a perpetuar e divulgar essa arte única. 

A arte indígena brasileira é um patrimônio imaterial que, felizmente, tem encontrado espaço em diferentes esferas sociais, permitindo que mais pessoas se conectem com a ancestralidade e a sabedoria desses povos.

Seja pela vivacidade de seus tecidos, pela unicidade de suas pinturas ou pela profunda espiritualidade de seus adornos, o artesanato indígena é uma demonstração de resistência cultural. É um convite para fazermos parte de um legado enriquecedor, aprendendo e divulgando a importância deste trabalho meticuloso e cheio de significado.

No contexto atual, essas peças também reforçam a importância da sustentabilidade. A valorização dos materiais naturais e o respeito ao meio ambiente estão no cerne da criação indígena, pontuando uma lição essencial para o presente e o futuro de nossa relação com o planeta.

A arte que une povos

Em cada ponto, trama, ou escultura, há uma intercessão de mundos, a comunhão de tempos distintos e a celebração da vida. Não se trata apenas de possuir um objeto decorativo, mas de ter parte em uma cosmovisão rica e eterna.

Neste espírito de comunhão e troca, convidamos vocês para visitarem o site da loja Paiol, onde juntamos o trabalho de mestres consagrados, novos artistas e povos indígenas. 

Desde 2007, a Paiol segue como referência em artesanato brasileiro representativo, unindo tradição, modernidade e os valores que nos fazem genuinamente humanos. Venham descobrir, apreciar e levar para casa uma parte inestimável da cultura e história do nosso país.