Férias em SP: Roteiro cultural para fazer usando a Linha Amarela do Metrô

Linha que liga a zona oeste ao centro de São Paulo, tem em seu entorno, museus, exposições, lojas de arte popular e galeria que é ícone na cidade

Foto: Diogo Moreira / A2 Fotografia

Embora boa parte da população paulistana esteja fora da cidade no mês de janeiro por conta das férias escolares e coletivas, São Paulo se mantém como uma grande fonte de atividades culturais para turistas de outros locais e moradores que decidiram não viajar. Neste sentido, um dos destaques fica para o percurso no entorno da linha amarela do metrô, que interliga a Vila Sônia, na zona oeste, à Luz, no centro da cidade. Transportando cerca de 800 mil pessoas diariamente, a região é reconhecida como o principal pólo cultural de São Paulo por reunir museus, lojas de artesanato brasileiro, galerias, entre outros espaços. Abaixo, listamos algumas atrações que ficam a poucos metros de algumas das principais estações da linha.

Museu da Língua Portuguesa | Estação da Luz

Museu da Língua Portuguesa. Fotos: Dianarchitect / Divulgação

Na cidade com o maior número de falantes da língua portuguesa no mundo, a estação da Luz abriga um museu dedicado à língua. O Museu da Língua Portuguesa foi inaugurado em 2006 com projeto assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e é uma iniciativa da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Por lá, é possível conhecer a história do idioma, passando por suas raízes latinas e interações indígenas, africanas, árabes, entre outras. O museu mistura diferentes tecnologias, trazendo dezenas de atrações interativas, conteúdo audiovisual e salas imersivas. Entre 2015 e 2021, a instituição esteve fechada por conta de um incêndio. Porém, agora o prédio ganhou aperfeiçoamentos na infraestrutura, recursos de acessibilidade física e segurança. Até o dia 26/01, sempre de terça a sábado, das 10h às 17h, o museu está com a Estação Férias – Brincadeiras Musicais, na qual oferece brincadeiras, jogos lúdicos, karaokê ambulante, oficinas e apresentações artísticas que dialogam com o tema da atual mostra temporária, Essa nossa canção, sobre a relação da língua portuguesa com a canção popular brasileira. Para participar desta programação, não precisa pagar nada: só chegar e brincar.   

Onde: Praça da Luz – Ao lado da Estação da Luz 

Quando: de terça-feira a domingo, das 9h às 16h30. Quem entrar neste último horário pode ficar até as 18h.

Quanto: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).

Aos sábados, a visitação é grátis. Crianças até 7 anos não pagam.

Mais informações: Venda de ingressos na bilheteria e pela internet

Paiol | Estação Fradique Coutinho

Fotos: Salvador Cordaro

Uma das principais referências em artesanato de tradição e arte popular na cidade, a Paiol é uma loja que reúne trabalhos de mais de 400 grupos e artesãos de todas as regiões do Brasil. Com uma recém-inaugurada unidade na esquina entre a Rua Fradique Coutinho e Arthur de Azevedo, em Pinheiros, da zona oeste de São Paulo, além da venda, o espaço propõe também experiências imersivas. Com cerca de 130m² a loja recebeu uma nova roupagem para promover um mergulho do visitante pelo universo da arte popular brasileira, com referências que passam sobretudo por contribuições indígenas e pelo movimento armorial. Atualmente, é possível visitar a exposição fotográfica “Pelos olhos da gente”, com curadoria de Lucas Lassen, diretor criativo e fundador da marca, e registros feitos pelo fotógrafo Salvador Cordaro. 

Onde: Rua Fradique Coutinho, 172, Pinheiros – a 3 minutos a pé da Estação Fradique 

Quando: segunda a sábado, das 10h às 20h | domingo, das 11h às 18h

Quanto: Entrada gratuita. É possível encontrar trabalhos artesanais a partir de R$ 30,00

Mais informações:  (11) 3063-0175 ou Instagram @lojapaiol 

Instituto Artium | Estação Higienópolis-Mackenzie

Foto: Divulgação

Fundado em 2019, o Instituto Artium de Cultura, instituição sem fins lucrativos, ocupa o Palacete Stahl na Rua Piauí, em Higienópolis. A propriedade de 1700m² e arquitetura eclética, foi construída entre 1920 e 1921 no estilo Luis XVI com objetivo de hospedar a primeira representação diplomática da coroa da Suécia em São Paulo e de servir de residência ao cônsul, o Comendador Gustav Stahl. Ao longo dos anos, o prédio teve sua função como residência familiar de membros da aristocracia brasileira e, mais tarde, como sede das representações diplomáticas do Japão e da Espanha. Em 1980, depois da transferência de sede do corpo diplomático do Japão, a construção perdeu seu uso. Recentemente, o palacete Stahl passou por um minucioso trabalho de restauro visando a manutenção e recuperação de seu valor histórico. Com isso, o prédio passou a receber diversas exposições e atividades culturais. 

Até março, acontece a exposição Terzo Paradiso, do artista italiano Michelangelo Pistoletto. Celebrando 90 anos de vida, ele é um dos principais expoentes da arte povera, movimento artístico que consiste na reutilização de materiais tidos como inúteis, como a sucata, para a formação de esculturas e obras de arte. 

Onde: Rua Piauí, 874 – Higienópolis | a 11 minutos a pé da Estação Higienópolis-Mackenzie 

Quando: terça a domingo, das 9h às 18h

Quanto: Entrada gratuita

Mais informações: contato@institutoartium.org.br ou (11) 3660-0130

Exposição Ensaios para o Museu das Origens

Estações Faria Lima e Brigadeiro

Foto: Letícia Vieira

Até o dia 28 de janeiro, é possível visitar Ensaios para o Museu das Origens que acontece no Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, e também no Itaú Cultural, na Avenida Paulista. A exposição é inspirada na proposta de Mario Pedrosa para a reconstrução do MAM-Rio depois de atingido por um incêndio em 1978. Para o crítico, além do restauro, devia se repensar o seu papel reunindo, ali, os museus de Arte Moderna; do Índio e do Inconsciente, que já existiam, e os museus do Negro e das Artes Populares, a serem criados. Sua ideia, que nunca se concretizou, agora deu vida à mostra que  está em cartaz em cinco salas das duas instituições e reúne mais de mil itens, entre pinturas, esculturas, documentos, fotografias e vídeos, entre outros. O objetivo é apresentar um percurso pela história do Brasil, tomando a arte e a cultura como alicerces e passando pela memória de múltiplas ancestralidades. Para chegar ao Tomie Ohtake, é possível andar por cerca de 9 minutos partindo da estação Faria Lima. Já para chegar ao Itaú Cultural, é preciso fazer a transferência da linha amarela para Consolação, na linha verde, e descer na Estação Brigadeiro. 

Instituto Tomie Ohtake

Onde: – Rua Coropé, 88,  Pinheiros | 9 minutos a pé da Estação Faria Lima

Itaú Cultural

Onde: Avenida Paulista, 149, Bela Vista | 4 Minutos a pé da Estação Brigadeiro

Quando: terça a sábado, das 11h às 20h  | Domingos feriados, das 11h às 19h

Quanto: Entrada gratuita

Mais informações: Pelo telefone (11)2168-1777  Whatsapp: (11)96383-1663  E-mail: atendimento@itaucultural.org.br

Paiol inaugura unidade em Pinheiros com seleção de itens feitos a mão

Lucas Lassen comanda loja de arte com quatro endereços na cidade
Por Humberto Abdo
5 jan 2024, 06h00

Lucas Lassen, diretor da Paiol (Salvador Cordaro/Divulgação)

Criador da loja de arte Paiol, o empresário Lucas Lassen, 45, comanda na Fradique Coutinho a abertura da sua quarta unidade paulistana. Após seis meses de reforma, o endereço em Pinheiros comporta uma seleção de itens artesanais fabricados e garimpados em diferentes estados brasileiros — empreitada que começou com a venda de tapetes em feiras e bancas.

“Direto de Taubaté para estudar na capital, descobri tapetes de Minas Gerais em uma época em que produtos feitos a mão estavam crescendo”, conta. “Lembro que comecei a vender com 2 000 reais de estoque e esgotei tudo no primeiro dia.”

Envolvido em produções culturais e trabalhos com nomes como o diretor Antunes Filho, em 2019 ele passou a dedicar todo o tempo às vendas de peças feitas a mão e investir em pontos fixos. Hoje mantém espaços na Pompeia, na Paulista e na Galeria Metrópole, na República.

“Nunca quis montar uma galeria, e sim dar acesso a essas criações com técnicas que são passadas por várias gerações.”

Publicado em VEJA São Paulo de 5 de janeiro de 2024, edição nº 2874