No Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, a cerâmica é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do estado. Para diversas famílias, os processos de transformação do barro representam uma força ancestral de cultura e renda. Nessas comunidades, jovens artesãs têm garantido a conservação das tradições do artesanato do vale possibilitando que esse conhecimento siga ecoando para as novas gerações. Esse cenário foi apresentado na reportagem da Rádio UFMG Educativa, que trouxe os relatos das artesãs Andreia Andrade e Cibele Dias, além da perspectiva do fundador da loja de artesanato Paiol, Lucas Lassen.
Herança Cultural
Muitas das jovens que hoje se dedicam aos processos de transformação do barro são herdeiras das grandes mestras da cerâmica do Vale. Uma delas é Andreia Andrade, do Vale do Araçuaí. Sua avó, Isabel Mendes da Cunha, ou Dona Isabel, é internacionalmente reconhecida como a maior “bonequeira” de Minas. Em sua comunidade, construiu uma verdadeira escola de arte, onde diversos familiares e amigos aprenderam as técnicas tradicionais da cerâmica. Criada em meio ao artesanato, Andreia Andrade desenvolveu o interesse pelo ofício ainda na infância, e hoje é uma das principais responsáveis pela preservação dos conhecimentos que herdou de Dona Isabel. “Muita gente sobrevive fazendo bonecas e minha avó sempre teve a disposição de ensinar. Esse é o mesmo interesse que eu tenho: ensinar. Em Santana, ela deu um ofício para muita gente”, compartilha a artesã.
Renovação e Tradição
Mesmo buscando garantir a preservação das raízes da cerâmica, as novas gerações de artesãs exploram a reinvenção das técnicas tradicionais. De acordo com a artesã Cibele Dias, de 21 anos, “algumas práticas, como a pintura, mudaram muito nos últimos anos. É importante saber renovar sem abrir mão da tradição.”
Escute a reportagem da Rádio UFMG Educativa:
Produção
Esta reportagem foi realizada por Enaile Almeida e Laura Portugal sob orientação de Alessandra Dantas e Luiza Glória.
(Rádio UFMG Educativa)