111 anos do nascimento do maior poeta popular do Brasil: Patativa do Assaré

Artigo: O ser tão Patativa do Assaré

“05 de março de 2020 comemora-se os 111 anos de nascimento do maior poeta popular do Brasil: Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré. Para comemorar esta data, o Governador Camilo Santana sancionou em 2018 duas importantes leis de valorização da obra e da vida do poeta. A Lei nº 16.510/2018 que inclui a “Festa de Patativa do Assaré” (no dia 5 de março, em Assaré) no calendário oficial do Turismo e Cultura do Estado em parceria com a Prefeitura Municipal de Assaré e a Lei nº 16.511/2018 que cria a “Comenda Patativa do Assaré”, destinada a agraciar pessoas que tenham prestado ou prestem notórios serviços em prol do desenvolvimento da cultura popular e tradicional brasileira.

Na data de hoje estamos celebrando a vida e a obra de Patativa em sua cidade natal, realizando a entrega da Comenda e lançando o livro “O melhor de Patativa do Assaré”, organizado pelo professor Gilmar de Carvalho. Os agraciados da Comenda neste ano foram o cineasta Rosemberg Cariry; o pesquisador e jornalista Gilmar de Carvalho; a cordelista Josenir Lacerda; o cantor e compositor Raimundo Fagner; e o pesquisador e escritor Oswald Barroso.

O livro “O melhor do Patativa do Assaré”, editado pelas Secretarias da Cultura e da Educação do Estado do Ceará em parceria com a Fundação Instituto Patativa do Assaré e organizado pelo professor Gilmar será distribuído em escolas, bibliotecas, dentre outros espaços educativos e culturais. Mas o objetivo é estabelecer o contato e o tato de crianças e jovens, de professores e estudantes com a obra de Patativa do Assaré para que possam ler em voz alta e com o coração livre a sua poesia que diz tanto da gente por estar tanto em nós.

Patativa do Assaré é um intérprete do sertão e do sertanejo. O sertão está dentro de Patativa e ele dentro do sertão. Atravessa e é atravessado pelo sertão. Toda sua obra é uma travessia sertaneja de tradução e de criação literária de seu chão e de seu lugar no Brasil a partir do sertão caririense, cearense e nordestino. O sertão é sua geografia e seu tempo. O sertão é o seu grande livro aberto.

Patativa do Assaré é um clássico. E como tal, sempre o estaremos lendo e relendo-o, revistando-o e redescobrindo sua obra porque ela já faz parte de nosso inconsciente coletivo, de nossa memória social, de nossa identidade e patrimônio cultural.”

Texto de: 
Fabiano dos Santos Piúba
Secretário da Cultura do Estado do Ceará
Autor do livro Patativa do Assaré – o poeta passarinho. Editora Demócrito Rocha.

8M: as mulheres da arte popular brasileira!

No Dia Internacional da Mulher não poderíamos deixar de fazer uma seleção de obras de algumas artistas incríveis do nosso país! 

A arte tem sido responsável pelo empoderamento financeiro de muitas mulheres que sustentam a família com a renda desse trabalho.

Cerâmica, crochê, madeira, tecido, pintura, papel, bordado e tantos outros materiais são transformados pelas mãos das artistas e a PAIOL trabalha para levar esses trabalhos para o maior número de pessoas possível!

Cida Lima

Com apenas oito anos de idades, Cida Lima começou a moldar o barro para ajudar a família no sustento da casa, em Belo Jardim, Agreste de Pernambuco. Já trabalhou como faxineira e viu a vida dar uma guinada quando criou as cabeças. O sucesso das cabeças de cerâmica foi imediato! Hoje ela diz que se sente realizada e que nunca pensou chegar onde chegou com seu trabalho manual. 

Carolina Leão

Carolina é formada em Artes Plásticas pela UFBA e seguiu a carreira dando aula para crianças do ensino fundamental, mas viu em seu hobby uma forma de empreender! Para se dedicar mais à arte, precisou deixar a sala de aula. Começou usando o material que tinha acesso: papel machê. Com o tempo foi conhecendo pessoas, fazendo parcerias e sendo reconhecida. Seu trabalho ganhou visibilidade e passou a ser comercializado em vários estados brasileiro. Hoje ela conta com ajuda da família e de uma funcionária, ex-aluna, em seu ateliê montado em casa.

Mulheres do Vale do Jequitinhonha

A arte dessas mulheres é única e poderosa, pois transformou a vida de muitas delas, empoderando famílias inteiras.

O Vale do Jequitinhonha é uma região no norte do estado de Minas Gerais e a produção ceramista local é tradicionalmente feita por mulheres como forma de renda para superar as adversidades locais. Ali desenvolveu-se em uma estética singular! Artistas como Zelia, Elizangela, Lilia e Anísia Lima criam vários produtos como os das fotos, entre tantos outros. Hoje, filhas das artistas já seguem os passos das mães, num trabalho que passa por gerações!

Nené Cavalcanti

Nené Cavalcanti, artista que assina essas bonecas lindas, nasceu em Alagoa Nova, Paraíba. Teve uma vida simples no sertão e usava barro para suas brincadeiras de infância. Esse foi o primeiro contato com a modelagem. Depois de atuar em outras áreas, formou-se em artes plásticas e voltou ao seu passatempo de infância, mas dessa vez para revelar definitivamente seu talento como ceramista.⠀

O trabalho de Nené virou referência estética no estado e já ganhou vários prêmios. A artista tem o feminino como o seu principal tema e coloca no barro metais reciclados sem perder a delicadeza.⠀

Ana das Carrancas - Pernambuco

Mulheres artistas de Grão Mogól - Minas Gerais⠀

Mestra Neguinha - Pernambuco

Figureiras de Taubaté⠀

Conheça a origem e os benefícios do Filtro de Barro!

Os filtros de barro, originalmente, têm carinha de casa de vó. Para muita gente, a peça tem um significado afetivo, lembra infância e a cozinha dos avós, com água sempre fresca.

Muito tradicional, o Filtro de Barro existe no Brasil desde cerca de 1910. Inicialmente era produzido pelos italianos e portugueses que chegaram em São Paulo. As velas para filtrar água já existiam na Europa e foram trazidas por esses imigrantes.

A história não tem registros da identidade da pessoa que fez o primeiro Filtro de Barro, mas é possível que a peça – no formato tradicional que conhecemos, seja uma invenção brasileira, evolução das moringas de origem indígena.

Como o barro mantém a água até 5 graus abaixo da temperatura ambiente, o sucesso dos filtros foi imediato.

Os benefícios

Entre os benefícios do filtro de barro está a facilidade em manusear e manter, não precisar de energia para funcionar e a montagem ser simples. Com tudo instalado e pronto, é possível ter água potável e fresca sem a necessidade de fervura ou aplicação de produtos químicos.

Com a peça você não precisa mais comprar galões de água, diminui o descarte de plástico na natureza, tem sempre água fresquinha com pureza e sem gerar mais custos mensais.

A qualidade e eficiência no processo de tratamento da água dos filtros de barro são comprovadas internacionalmente.

Para a manutenção, não é preciso usar nenhum tipo de produto químico na limpeza da vela. Uma esponja suave é suficiente e não deve se forçar a limpeza para não prejudicar a base. É importante anotar o dia em que a vela foi instalada para que se saiba quando fazer a troca: a cada seis meses ou pelo menos 500 litros de água filtrada.

É super comum a água apresentar sabor característico nos primeiros litros filtrados, mas isso desaparece com o tempo. Por isso é importante descartar a primeira filtragem, pois ela limpa o filtro e ativa a vela. Depois dessa primeira filtragem você já pode beber água limpa e saudável!

Vale do Jequitinhonha

Os famosos filtros feito por mulheres do Vale do Jequitinhonha que ilustram este post vieram para abandonar o conceito de ser “brega” ter um filtro de barro! Com tamanhos, cores, estampas e formatos diferentes, as mulheres produzem com suas próprias mãos filtros maravilhosos e exclusivos.

Desde o processo de moldar a peça até a pintura, tudo é feito artesanalmente, respeitando o tempo de secagem e de produção das peças.

Uma das tantas mulheres que produzem esse trabalho é a ceramista Anísia Lima. Confira no vídeo um pouco do trabalho maravilhoso dessa artista!